Existem três razões
pelas quais Deus instituiu os ministérios: ensino, edificação e consolação. Por
essa razão os ministros necessitam se ater a esses princípios (Ef 4.12,13). Se
não houver avaliação instala-se as confusões e a falta de paz (I Co 14.33). A
igreja de Corinto se fez conhecer sua história de pecados que, a cada dia se
tornaram comuns sem causar espanto ou até mesmo repulsa; entre eles, estavam as
imoralidades, heresias, divisões, distorção na adoração cristã. Vamos nos
prender aqui na distorção da adoração durante a execução do culto público.
Primeiro vamos definir
o que seja a distorção. Seu conceito básico se volta para a mudança de sentido,
intenção ao usar os dons. No caso de Corinto, os crentes haviam distorcido o
objetivo dos dons na aplicação do culto. O culto como serviço precisa de
sinceridade, o ato de cultuar exige de cada um de nós disposição para adorar e
ao mesmo tempo manter ações que se alinhem em todos os momentos das tarefas
espirituais; lembro do fato de certo irmão que, sentado no púlpito sempre
calado e tímido, mas ao pegar o microfone se enchia de uma espiritualidade
incomum, funciona como se o Espírito Santo só se manifesta com a participação
dele, isso é uma aberração de comportamento.
Em nosso dias vemos
sempre fatos acontecendo que envergonham o nome de Cristo e bloqueiam a
pregação genuína da palavra, como a falta de reverência, por exemplo. Cito com tristeza situações como:
1.Individualismo e
Estrelismo. É a luta por autopromoção. Uns perdem a humildade e dizem que não
servirão de meio para o crescimento de ninguém ou não farão o trabalho se não forem
“reconhecidos”da forma que preencham seu ego. Os coríntios queriam mostrar alto nível de espiritualidade
falando línguas em disputas várias pessoas ao mesmo tempo (I Co 14.27-29). Cada um aprenda a
dominar seu espírito (I Sm 10.10). Na igreja temos de controlar (v.32). Como
ignorar cantores e pregadores atuais que ao serem convidados para
ministrar nunca se comparam a servos fiéis, zelosos do bem e comprometidos pois, nunca cumprem
seus horários, as vezes deixam o dirigente do culto preocupado, pois nunca
chegam na hora de início do culto, sempre horas depois como se fosse a pessoa
mais importante do culto. A pessoa mais importante do culto chega antes dele
começar. Há um hino que diz “Quando cheguei aqui meu senhor já estava”. O
primeiro sinal que não servem para cultuar é a falta de compromisso e honra em
relação à igreja que o convidou. Enquanto estivermos na terra em corpo
corruptível não temos chances nem vez de brilhar como estrelas, sejamos
humildes e servos. Se aplica ainda quando deixamos de priorizar o culto e com isso acostumamos sempre chegar com atraso à casa do Senhor. Se o exemplo de um funcionário de uma empresa servir para ilustrar o prejuízo de uma falta no trabalho ou um atraso, pergunta-se: Como estamos atuando junto ao nosso patrão celestial?
2.Confusão no uso dos
dons. Avivamentos são produzidos pelo Espírito Santo. Todos os avivamentos
registrados na história tiveram acréscimos de excessos por causa da vaidade
humana. Uns se reconhecem que pregam muito bem, que cantam muito bem ou que
ainda Deus os usa de forma exclusiva dispensando os demais. Os dons são dados
por Deus mas quem administra é você (1ª Pe 4.10,11). “Faça-se tudo para
edificação (v.26). Gera fato sem resultado o uso indevido dos dons (V. 27), o
dom deve sempre beneficiar o outro (I Co 14.6). Não se deve usar os dons para
causar boa impressão nas outras pessoas, mas administrar com humildade. A
glória nunca deve ser tomada para si (At 3.12,16). Há os que usam a posição
para se sentirem superiores aos demais, não entendem que na hierarquia humana
quanto mais se cresce deve no campo espiritual ser mais serviçal (Jo 3.30).
3.Falta
de discernimento entre o que é de Deus e o que é do diabo. Nem todas as
manifestações são de procedência divina, existem outras fontes. Para o pastor Claudionor de Andrade
(1997) “Os dons são imitáveis pelos
demônios e simulados pelos homens”. Vários enganadores já entraram na
igreja e outros estão na porta (At 20.29-31). Outros em nome de uma falsa visão
do que seja a vontade de Deus para a igreja se deixam levar no apoio e no apego
as falsas determinações “divinas”. Sejamos sóbrios para não confundir nem
adotar atitude de apoio a Satanás dentro da igreja. É hora do exército de
Cristo se levantar contra as astutas ciladas do diabo (Ef 6.11)). Tudo o que
for feito no culto deve ser útil para fortalecer a fé. A espiritualidade não é
medida por atos miraculosos mas mediante a real manifestação dos frutos do
Espírito (Gl 5.22)/ Lc 6.44). Quem é espiritual não perde a sensibilidade nem
suas faculdades mentais, morais e emocionais durante o culto. Alguém já
presenciou o modismo de alguém se “encher” a ponto de correr risco de cair e se
machucar. Isso não procede de um culto que se preza pela decência e pela ordem;
outros ainda pregam aos gritos como se os ouvintes fossem de pouca audição ou
ainda como se falar alto dará mais impulso ao Espírito Santo. Paulo assevera “Todavia
eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência,
para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua
desconhecida” (I Co 14.19). O discernimento parte da racionalidade do que a
palavra prima em sua essência.
Por fim, vemos
programações que mais transformam em um local de entretenimento do que um
centro de adoração a Deus. O verdadeiro culto precisa exaltar desde a oração às
bênçãos apostólicas a pessoa bendita de Jesus. Que pela palavra de Deus sejamos
orientamos a manter uma postura sadia de adorador entendendo que Deus não é de
confusão (1 Co 14.33) e que o culto é a mais próxima expressão do nosso amor a
Deus. Paz e Graça!
Pr Isaac Moura
Pastor Auxiliar na Assembleia de Deus em Mojuí dos Campos