Por Isaac Moura
O Tribunal de Cristo será a primeira parte das bodas do Cordeiro por assim dizer. Não causa estranheza a inclusão do Tribunal de Cristo nas bodas do Cordeiro, [enquanto a terra estará passando pela Grande Tribulação] precisamos dispor de memória de que as bodas do Cordeiro são a celebração do triunfo da Igreja e têm a duração de sete anos. A semelhança das bodas judaicas que duravam o período de sete dias. Após a ressurreição dos salvos em Cristo e do Arrebatamento da igreja haverá a grande reunião de todos os salvos desde Abel e será iniciado o Tribunal de Cristo, pois todos os homens devem ser submetidos a julgamento, pois assim está ordenado (Hb 9.27). O Salvador voltará e trará consigo o galardão de cada crente (Ap 22.12). Não se deve confundir esse Tribunal com o juízo final (este será o julgamento apenas dos ímpios).
O Tribunal de Cristo será a primeira parte das bodas do Cordeiro por assim dizer. Não causa estranheza a inclusão do Tribunal de Cristo nas bodas do Cordeiro, [enquanto a terra estará passando pela Grande Tribulação] precisamos dispor de memória de que as bodas do Cordeiro são a celebração do triunfo da Igreja e têm a duração de sete anos. A semelhança das bodas judaicas que duravam o período de sete dias. Após a ressurreição dos salvos em Cristo e do Arrebatamento da igreja haverá a grande reunião de todos os salvos desde Abel e será iniciado o Tribunal de Cristo, pois todos os homens devem ser submetidos a julgamento, pois assim está ordenado (Hb 9.27). O Salvador voltará e trará consigo o galardão de cada crente (Ap 22.12). Não se deve confundir esse Tribunal com o juízo final (este será o julgamento apenas dos ímpios).
O Tribunal de Cristo é a palavra
grega “bema” que se refere a uma
plataforma elevada de arbitragem e recompensa. É um local onde a vida e as
obras do crente são avaliadas. Será o momento que se sentirá o grande valor de
servir a Cristo, o serviço será visto como um privilégio e não como sacrifício.
Embora se enfrente lutas e sacrifícios aqui, ali se terá a dimensão do quanto
valerá lauréis e galardões. Todos os salvos deverão comparecer diante do
Tribunal de Cristo, serão julgados de acordo com suas obras; de acordo com o seu
caráter e a sua frutificação; ali será determinada a recompensa ou sua perda, e
não a salvação, pois quem estiver diante do tribunal no mínimo receberá a
salvação. Não será um tribunal de condenação e sim de julgamentos de obras, ou
seja, as obras serão julgadas por sua natureza e intenção com que se fez.
A Bíblia
ensina claramente que este julgamento será exclusivamente para os salvos
arrebatados na vinda de Jesus. O Tribunal de Cristo é o tempo em que a Igreja
permanecerá no céu com o Cordeiro, para receber a recompensa pelo seu trabalho
para em seguida voltar com Ele a fim de inaugurar o Reino Milenar (Ap 19.11-21).
A
afirmativa comum de que no fim do mundo haverá um julgamento conjunto para
salvos e perdidos não tem sustentação bíblica. Resguardo de antemão que o
primeiro julgamento já aconteceu no Calvário. Neste julgamento Jesus foi
julgado em nosso lugar, exposto ao castigo do nosso pecado, a morte, para que tivéssemos
o direito a salvação. O segundo julgamento, deve se realizar diariamente pelo
próprio crente, olhando para sua própria vida, examinando seu modo de viver.
Neste juízo o juiz é o próprio crente. Por isso o cristão tem a prerrogativa de
vigiar a si mesmo e iluminado pelo Espírito Santo examinar-se diariamente durante
sua peregrinação (I Co 11.28).
Nesse tribunal,
o crente será julgado como servo, isto é, quanto ao seu serviço prestado a Deus
e o seu testemunho; vale lembrar que as posições ministeriais já terão perdido
seus efeitos à vez de que Cristo tome posição nesse trono desse julgamento. O
ensino bíblico expõe que todos os crentes salvos terão um dia de prestar contas
“Ante o Tribunal de Cristo”, de todos os seus atos praticados por meio do
corpo, sejam bons ou maus. Paulo esclareceu essa premissa em Rm 14.12. Aos
coríntios explicou que “Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal de
Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou
bem ou mal” (2ª Co 5.10).
As obras
serão julgadas quanto a qualidade e não a quantidade. Louvores serão julgados
pelo íntimo de adoração e não pelo timbre da voz ou pela dificuldade de
execução. Segundo o trabalho que fizer nesta vida, bem ou mal, cada um receberá
ou não o galardão do Senhor conforme a fidelidade ou infidelidade, serão
avaliados como mordomo da casa do Senhor. Ali, o que se fez e que se apartou da
necessidade será posto ao lado do que era útil fazer e não se fez, a balança
será positiva e negativa, ou seja, haverá tanto louvor quanto censura, sendo
esta apenas a justificativa para o impedimento de receber o galardão; no
entanto, tudo sem constrangimento. Vale registrar que “mal” aqui não se refere
a pecado, mas a repreensão que Deus dará a uso de materiais às obras realizadas
na sua obra na terra.
O Juiz
será o próprio Senhor Jesus, aquele cujo aspecto é descrito em Ap 1.13-17, a
quem o Pai entregou todo juízo (cf Jo 5.22). No evangelho segundo João Jesus
diz: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho ‘todo o juízo” (2ª Tm
4.8) “justo juiz”. Em todo o universo somente Deus e o seu filho tem a
legalidade para julgar os homens (Is 43.13). Aqui serão julgadas obras e não os
obreiros.
Neste julgamento não haverá exceção. “Pois todos havemos de
comparecer ante o Tribunal de Cristo. De maneira que cada um de nós dará conta
de si mesmo a Deus” (Rm 14.10, 12). Cada
salvo terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a Deus. “Além
disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel. Todavia, a mim mui
pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu
tampouco a mim mesmo me julgo. Porque em nada me sinto culpado; mas nem por
isso me considero justificado; pois quem me julga é o Senhor. Portanto, nada
julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as
coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então,
cada um receberá de Deus o louvor” (1ª Co 4.2-6).
Todo
homem é responsável perante Deus por seus atos (Jr 17.10; 32.19), isso revela a
justiça de Deus que não falha. Por essa razão asseguramos que será um
julgamento preciso, o crivo de Deus não sustenta coisa imprópria como também
não deixa passar nada fora do padrão. Muitos praticam ações com a finalidade de
serem vistos ou elogiados, com intenção de satisfazer seu ego, ao agir assim já
receberão seus galardões (Mt 6.5,16)
O cristão será julgado pelo seu comportamento. “Se nós nos julgássemos a nós
mesmos, não seríamos julgados” (1ª Co 11.31). A consciência de cada homem
carrega em si o cerne da justiça de Deus. O refletir suas ações e suas
motivações elevam a perspectiva divina.
Paulo descreve
aos Coríntios as obras dos crentes feitas por motivos indignos comparando-se ao
feno, palha e madeira, substância de fácil combustão, enquanto as obras
realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são comparadas ao ouro, prata e
pedras preciosas que resistem à prova de fogo (1ª Co 3.10-15). O feno
representa as obras de aparência, parecem, mas não tem substancia (Is 15.6).
São as obras que alguém faz buscando a glória e a fama para si mesmo, Deus é
posto de lado. Há muitos que só fazem a obra de Deus movidos pelo desejo de
angariar dinheiro e fama na mídia, triste desses!
Em
seguida, temos as obras de palha, são obras que tem certa substancia, mas são
fáceis de serem levadas pelo vento e não resistem ao fogo do julgamento divino
(Sl 1.4). São as obras feitas sem firmeza, sem constância. Geralmente seus
autores mudam de acordo com a estação. A mente do crente precisa de firmeza na
palavra e não nas circunstancias. Seus adeptos vão de uma parte a outra movidos
por vários ventos de doutrinas (Ef 4.14).
As obras
de madeira representam as motivações humanas nas obras. São as obras realizadas
para sua própria glória, são como as árvores que crescem por si mesma.
Geralmente são obras motivadas para demonstrar alguma forma de poder, seja
aquisitivo, social ou intelectual. Lembremos que madeira não resiste ao fogo.
As obras serão julgadas pela motivação com que foram executadas, muitas o
prêmio será alcançado na terra mesmo, no ato em que se realizou.
Por
último temos as obras que agradam a Deus e que garantem galardão pois são
resistentes ao fogo e visam elevar a glória de Deus. O ouro representa a
glória, são as obras movidas pelo desejo de ver a manifestação da glória de
Deus e o louvor rendido ao Senhor de toda a terra (Jó 22.23-25; Ap 3.18; I Co
10.31). São as obras que não visam receber glória, elogio ou outra qualquer
outra honraria. Se tiver de cantar, cante para Deus; se tiver de ministrar um
sermão, faça para o louvor de Deus e edificação de toda a igreja; se tiver de
visitar, visite para que Cristo entre no lar junto com você!
As obras
de prata representam o trabalho de ganhar almas. A prata, na simbologia bíblica
é o perfeito símbolo da redenção. No AT a redenção de um escravo era paga em
prata (Ex 30.11-16), no NT simboliza a redenção operada por Jesus (I Pe 1.18).
Não tenho dúvida de que o trabalho de ganhar e cuidar das almas renderá grande
recompensa aos que assim fizeram (Is 52.7). É hora de eliminarmos um equívoco
recorrente em nosso meio: orar por alguém que aceita a Cristo não significa na
totalidade “ganhar” a alma para Cristo; é preciso cuidar, discipular e preparar
ao ponto de leva-la ao batismo; o trabalho de ganhar almas é árduo.
Por fim,
temos as obras de pedras preciosas, representam as obras que executamos na
dependência do Espírito Santo de Deus (Fp 3.3). São obras desprovidas de
qualquer recurso humano, são puramente espirituais, e, que não deixam espaço
para a carne nem a atribuição de sua glória. Nada ficará escondido, até as
obras que você desejou receber reconhecimento humano serão expostas. Quando se
realiza um trabalho para honra e glória do Senhor Jesus, que é o fundamento de
toda a nossa obra, está se construindo um edifício de ouro, prata, pedras
preciosas; mas quando o trabalho é feito sobre o seu nome e tudo circula em
torno de si e não para Cristo, ele está construindo um edifício de material que
um dia o fogo queimará por completo.
As boas obras culminarão em bons galardões. Estas
são aqueles atos e palavras que contribuem unicamente para a glorificação do
nome de Deus: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt
5.16). Fica claro que cada palavra e cada ato que contribui para que o nome
do Senhor seja glorificado é uma boa obra. Portanto, qualquer ação que fuja
desse princípio está fadada ao detrimento pelo fogo.
A depender da natureza da obra que tiver feito o
crente sofrerá a perda ou ganhará o galardão. “Segundo
a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e
outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque
ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus
Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata,
pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na
verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará
qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte
permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia pelo fogo” (1ª Co 3.10-15). Aqui
aprendemos que o galardão será de acordo com o que tiver feito, fará jus ao que
desempenhou no Reino de Deus. Como o julgamento será individualizado tem
explícito que os galardões serão diferenciados.
Para Renovato
(2016), especificamente:
“ser pastor é um grande
privilégio, mas também uma responsabilidade muito grande. Sabemos que a
salvação é individual, mas aqueles que servem ao Senhor como pastores, um dia
terão que prestar contas ao Sumo Pastor. O profeta Ezequiel criticou os líderes
(pastores) de Israel por cuidarem de si mesmo, ao invés de cuidarem das ovelhas
do Senhor. Leia Ezequiel 34. O profeta não se calou diante do erro dos líderes
do seu povo, mas com coragem e ousadia, apontou o pecado e pronunciou o julgamento
divino” (Ez 34.7-10). [Fonte: lição n 6,
1º trimestre de 2016).
Depreende-se
da citação acima que a responsabilidade diante de Deus pelo serviço a que se
foi chamado recai sobre cada um que se dispõe à obra. Deus requer fidelidade ao
ministério a que foi chamado. Nada de usar em benefício próprio aquilo que é
destinado ao benefício da obra de Deus.
Por fim,
a prestação de contas abrangerá o uso dos talentos que recebemos de Deus para
usar em benefício da sua obra. Aqui se julgará o nível de negligência ou os
exageros que a obra não requereu. A administração de cada talento fica na
responsabilidade de quem o usa sob pena de aprovação ou reprovação (I Co
3.13-23).
A Bíblia
nos fornece uma clara lista dos galardões a serem entregues, a saber: 1) A
Coroa de glória (1 Pe 5.4); 2) A Coroa incorruptível (1 Co 9.25); 3) A Coroa de
Alegria (Fp 4.1); 4) A Coroa da Justiça (2 Tm 4.8) e 5) A Coroa da Vida (Tg
1.12). Cada um receberá conforme o que tiver produzido para o Reino de Deus.
Finalizamos
com a escritura de 1 Co 15.58 “Portanto,
meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do
Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. As conquistas na
terra em benefício do Reino de Deus não ficarão sem o devido pagamento na
glória por vir. Que a graça de Cristo e o Amor de Deus nosso pai seja com
todos, amém!
Pr Isaac Moura,
Graduado em Letras, Pós-Graduado em Educação Superior, Gestão e Coordenação Pedagógica e Inspeção Escolar. Bacharelando em Teologia.
Pastor Auxiliar na Assembleia de Deus em Mojuí dos Campos-PA
Mensagem ministrada no culto de Doutrina no dia 17
de outubro de 2019.
AGUARDE A PRÓXIMA MENSAGEM SOBRE A VOLTA TRIUNFAL DE CRISTOPr Isaac Moura,
Graduado em Letras, Pós-Graduado em Educação Superior, Gestão e Coordenação Pedagógica e Inspeção Escolar. Bacharelando em Teologia.
Pastor Auxiliar na Assembleia de Deus em Mojuí dos Campos-PA