REFLETINDO...

O homem é o centro da criação.

13 de setembro de 2018

ELEIÇÕES 2018 E O POSICIONAMENTO CRISTÃO


Por Isaac Moura
No próximo dia 7 de outubro, nós brasileiros iremos às urnas para eleger o chefe do executivo, renovar uma parcela do senado federal e compor com ou sem renovação a câmara federal para a próxima legislatura (2019-2022). Consideramos um momento único para o país dentro do processo democrático. A grande corrida pelas cadeiras no novo parlamento traz até o eleitor uma série de comportamentos a serem avaliados. Tenho a firme convicção que as propagandas eleitorais não definem bem um candidato, mas como eleitores precisamos prezar pela clareza de ideias e até pela forma como se tratam os oponentes.

O processo eleitoral no Brasil já dura cinco séculos e, em pleno ano de 2018 fica as indagações se realmente não aprenderemos a votar ou a desmistificar a insensibilidade em volta do voto e de quem deve se candidatar.
É bom lembrar que o dia de elegermos nossos representantes se aproxima a grandes passos e, é comum ouvirmos de eleitores que “todo político é igual”; interessa-nos neste artigo chamar a sua atenção para alguns conselhos importantes e que entendamos que o processo político é um meio de Deus nos usar em prol do nosso bem-estar social e espiritual. Apesar de importante a separação igreja-estado, precisamos olhar com sinceros ideais para o sistema que à população manifestar quanto aos rumos de sua nação; aqui entra em evidência a igreja como organização. Entre tantos anseios e atitudes naturais desse período quero chamar a atenção de você, caro leitor cristão, para alguns pontos importantes que definem nossa responsabilidade de cristão nesse período eleitoral:

1. ORAÇÃO
O primeiro passo de um cristão comprometido socialmente é viver em oração. A oração é o centro de qualquer proposta que um cristão objetive alcançar um resultado satisfatório; certamente é um princípio essencial, mas infelizmente pouco praticado. O texto de 2 Crônicas 7.14 diz nos que: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra”. Esse texto basicamente busca envolver o homem dentro da visão espiritual da sua redenção; no entanto, a funcionalidade do princípio da oração é fator determinante na mudança dos cenários históricos de um povo conforme se atesta.

Se a oração em prol do processo eleitoral não faz parte da nossa vida diária, isso revela também o desprestígio que damos ao bem-estar da nação, pois, todo o bem ou mal-estar social perpassa pelo processo político. Não adianta olhar a situação política e apenas reclamar ou criticar, é preciso orar com clareza de objetivos. A oração nos conduzirá ao discernimento espiritual das condições a que estamos nos submetendo. O apóstolo Paulo deixou bem claro que a oração precisa preceder as nossas ações (Fp 4.6). Nesse contexto a oração aparece como a ferramenta de orientação dos salvos. Nesse processo eleitoral é dever cristão orar e pedir a orientação divina para a escolha daqueles que irão comandar a nação pelos próximos 4 anos. 

É importante o cristão entender que cada período de transição é uma oportunidade que o diabo tenta edificar ou reorganizar seu reino. Foi assim quando Samuel envelheceu e seus filhos não deram sequência de maneira ordeira o santo ministério e os israelitas propuseram o levante de um rei para si (I Sm 8.5). Esse rei, Saul, mais tarde se desvirtuou espiritualmente da presença e trouxe sérias consequências toda a nação. Diante do fato de ocupação de uma vaga no colégio apostólico, a oração foi posta em evidencia afim de que não prevalecesse a vontade humana entre duas pessoas candidatas (At 1.24).

2. CUIDADO COM OS FALSOS CRISTÃOS
Para ser um bom representante político não basta ser cristão, não basta servir a Jesus, precisa da capacidade para gestar as demandas na visão da legalidade pública. Infelizmente, alguns candidatos impressionam por professarem ser cristãos, mas não estão qualificados para um cargo no governo e, que veem na política um meio para sobreviver desprezando o real conceito de bem comum social; apóstolo Paulo corroborou isso quando afirmou que os que possuem tal perfil se enquadram, pois, “todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus - Fp 2:21.

É necessário muita cautela com os nomes nesse quesito. Não basta alguém ser cristão para governar uma cidade, estado ou país; todo candidato precisa dominar o conhecimento, adquirir a capacidade além do perfil técnico para desempenhar suas atribuições no cargo para o qual irá atuar. O episódio de Ananias e Safira ilustra bem esta afirmativa, pois, sendo cristãos, intentaram a investidura na promoção da própria imagem desconectada da realidade. Eles mentiram para os homens, e esqueceram que esta ação atingia diretamente a Deus. 

Lembre-se que temos muitos falsos irmãos em nosso meio desejando o proveito daquilo que é espiritual – At 8.18-20 como também quem se utilize da boa-fé dos que não usam o discernimento do Espírito Santo – 1 Jo 4.1. Tomemos cuidado com aqueles que são cristãos nominais mas se excluem da lista daqueles que são compromissados com Deus e com a igreja. Se não serve a Deus fielmente como crente não servirá como mandatário no poder público.

3. CONSIDERE O CARÁTER E A COMPETÊNCIA DE SEU CANDIDATO
Para Deus não há dicotomia quanto a caráter e competência. Uma coisa é você cantar, outra é viver da música. Competência diz respeito a dominar a área em que se envolve. É um desastre uma pessoa posta no lugar errado. A competência tem a ver com conhecimento e domínio prático da situação. O que seria mais sensato: um governante mau caráter mas competente ou um de bom caráter mas incompetente? A resposta mais equilibrada é: nenhum dos dois! Temos de Deus a evidencia de que a capacidade para liderar é divina sobre aqueles que ele chama para as mais diversas funções. 

No conselho dado a Moisés para a escolha dos líderes do povo, seu sogro afirmou que as características destes líderes deveriam incluir além da capacidade, o temor a Deus; tinham que ter referência e experiência no trabalho. No contexto judeu e também cristão, o indivíduo que assume um padrão moral e ético o faz a partir da compreensão de que há um Deus soberano ao qual cada um deverá prestar contas um dia. No texto de Êxodo 18.21 lemos: Mas escolha dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. Estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez.

Ao escolher um candidato, não caia na armadilha de decidir entre caráter ou competência. Não enverede pelo adágio do “rouba mas faz”; quem segue os passos de um homem mal adquire as suas mesmas habilidades, o escritor santo proferiu “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho” – Sl 37.23. Uma escolha assim é como decidir se você prefere morrer de acidente de transito ou de uma queda de avião, o resultado será o mesmo! 

4. CONHEÇA O TESTEMUNHO DE VIDA DO CANDIDATO.
O conhecimento do testemunho do candidato sequencia o processo de discernimento; assim, não importa saber se o candidato roubou muito ou pouco; o fato de ter roubado revela seu caráter e isso precisamos considerar. O seu candidato já prometeu alguma coisa à sua comunidade e não cumpriu? O crente deve opinar na escolha de servos de Deus ou na ausência deste olhar para aqueles que mantém a postura de temor a Deus. Considerando que a cada pleito a sociedade de grupos minoritários se fecham para elegerem seus representantes é necessário não abrirmos mão de estarmos atentos aos servos de Deus que podem legislar com diferença em favor de nossos ideais (da igreja e não particular).

Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito. Lc 16,10. Deus deseja que promovamos os homens pelo seu grau de fidelidade. Historicamente, a corrupção é um câncer social, desde o descobrimento do Brasil que se tem registro de negociatas e variadas formas da usurpação do público em detrimento da boa vontade de se dá bem na situação; no entanto, isso não corrobora que devemos acomodarmos às velhas práticas e, sim como cristão nos posicionar a fim de reprovar toda e qualquer atitude que contrarie o princípio bíblico da verdade e do bom procedimento.

Avalie seu candidato, verifique se ele ou ela são marcados por um histórico de corrupções ou se, pelo contrário, o que mais se sobressai é a ausência das mesmas. Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a qual o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali entrava para comer pão. E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus. 2 Reis 4:8,9. Que testemunho de integridade carrega o candidato que você está decidindo votar?

O apóstolo Paulo descreve com muita precisão a condição do cristão com relação a Cristo em todas as área da vida, quando em Gálatas 2.20 corrobora que já não vivemos mais a nossa vontade mas a Deus “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Aqui é mister examinar questões como família, história da vida pública (se já tiver assumido cargos públicos), princípios morais, ideologia de gênero, justiça social, amparo dos desamparados entre outros fatores de vida. O poder não tem a base de desvio de caráter mas traz a tendência salutar de revelar o caráter daquele que recebe sua outorga. Perder o equilíbrio na escolha é uma situação que pode culminar com o “abrir espaço para o diabo” – Ef 4.27. O poder é outorgado, a autoridade é reconhecida.

Examinar a proposta dos candidatos quanto aos valores cristãos ocupa uma posição estratégica no processo. A indagação: o meu candidato defende as coisas que Deus aprova? As suas propostas concordam com aquilo que Deus propõe a sua igreja?  O apóstolo Tiago escreve em sua carta, no capítulo 4, verso 4: Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus, portanto o processo eleitoral é uma forma de exercer a cidadania terrena juntamente com a espiritual.

Por último, carece de cuidado com as ações partidaristas. Propagandas e discursos que soam tão razoáveis e tão transformadores, mas que ao mesmo tempo promovem causas que Deus odeia, nem tudo que é bom para o homem é bom para a causa de Cristo. Não podemos sacrificar princípios cristãos para ganhar a amizade com o mundo. Que Deus nos dê sabedoria para elegermos nossos legisladores em 7 de outubro, ou outrossim no dia 28 quando é previsto a votação em segundo turno. Graça e paz a todos!

ISAAC MOURA
Pastor Auxiliar na Assembleia de Deus em Mojuí dos Campos/PA

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