A REALIDADE SOBRE OS MORTOS

 

Série ESTUDOS ESCATOLÓGICOS

Pr Isaac Moura

INTRODUÇÃO

A vida na terra é breve se comparada com a eternidade designada por Deus para cada homem. A morte é um mistério assim como as circunstâncias em que ocorre. A Bíblia fala da vida e da morte; mas afinal, qual o verdadeiro destino dos mortos? Para onde segue a alma dos justos e dos ímpios? O que acontece no intervalo entre a morte e o arrebatamento ou ainda a ressurreição do fim dos tempos?

Um claro texto que nos ajuda a compreender esse período é Hb 9.27,28 “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação. ” A verdade desse texto não se cumpre de forma imediata, ou seja, ao morrer não se segue direto para um tribunal de julgamento. Os mortos em Cristo aguardam o toque da trombeta do arrebatamento da igreja (1 Ts 4.16) e os que morrem sem Jesus a ressurreição final (Dn 12.2).

Durante o período do antigo testamento justos e ímpios iam após a morte para o mesmo lugar (Sheol ou Hades) havendo, portanto, uma divisão nessa região dos mortos chamada de “grande abismo” (Lc 16.26) intransponível, sendo o lugar dos justos ambiente de gozo e descanso ao passo que os ímpios estavam e continuam em sofrimento. O cenário do paraíso dos salvos, portanto, muda de posição após a morte de Cristo, pois, afirma Paulo que após ressuscitar “levou cativo o cativeiro (Ef 4.8). Entende-se que ao ressuscitar Jesus levou para o céu todas as almas dos salvos mortos durante a antiga dispensação retirando-os do “seio de Abraão” ou transportando-o e passando-os para o terceiro céu (2 Co 12.1-4). No NT todas as referências ao paraíso denotam que sua localização está em cima e não mais embaixo, veja o que Paulo diz em 2 Co 5.8

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A partir da premissa de Ap 20.4-6 a ressurreição dos santos ocorrerá em duas fases: a primeira dos crentes que morrerem até o arrebatamento (I Ts 4.16) e a segunda dos mortos durante a Grande Tribulação (Ap 7.9-14), pois, a partir desse momento a morte não ceifará mais ninguém (I Co 15.26), aí começará o Reino Milenial de nosso Cristo, o Reino de plena paz.

Embora a realidade após a morte ainda permaneça rodeada de mistérios, a Bíblia detalha algumas valiosas informações; uma delas é de que após a morte tanto justos como ímpios ficam no controle de Deus, aquele que a todos criou (Ec 12.7; Mt 10.28; Lc 23.46). Resumidamente, os mortos em Cristo se direcionam ao paraíso (Fp 1.23; 2 Co 5.8) ao passo que os ímpios vão para o Hades, uma sala do inferno, que não deixa de ser um lugar de tormento para a alma (Lc 16.23). Importa esclarecer que embora a Bíblia traduza “Hades” por “Inferno”, “Hades” e “Inferno” não são a mesma. O inferno final é chamado de “Lago de Fogo” (Ap 20.14,15), “Fogo eterno” (Mt 25.41), Geena (Mt 5.22) e “Tormento eterno” (Mt 25.46).

Embora os salvos mortos já estejam com Cristo importa registrar que os mesmos ainda não estão desfrutando do gozo pleno, isso só ocorrerá após a ressurreição (I Co 15.51), certamente seu estado agora é semelhante o daqueles que morrerão na Grande Tribulação (Ap 6.9-11), essa concepção juntamente com a passagem de Lucas 16.25 denota que no Paraíso recebem consolo, repousam  e de forma consciente lembram dos fatos ocorridos na terra (Ap 14.13), no entanto, quando Cristo arrebatar a igreja eles passarão para o gozo pleno (I Ts 4.17). Já os ímpios estão em igual circunstância no Hades (Lc 16.27,28)

As passagens de Zacarias 14.4 e Apocalipse 19.20 dão entendimento claro que o inferno permanece vazio, será inaugurado após a Volta triunfal de Cristo com o lançamento do Anticristo e o Falso Profeta. Após isso, receberá todos os condenados do julgamento das nações seguido pelo Diabo e seus anjos (Mt 25.41,46) e finalmente, após o juízo final receberá todos os ímpios de todos os tempos (Ap 20.15; 21.8).

Quanto a ressureição dos mortos temos duas distintas oportunidades: a primeira é o privilégio dos salvos (I Ts 4.16), consiste em que “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro”. Em Ap 20.13 afirma que o mar dará os mortos que nele há. Jesus afirmou que “todos” que jazem mortos ouvirão sua voz (Jo 5.28), isto significa que onde estiverem ressuscitarão. Aqueles cadáveres que foram ocultados em crimes hediondos, aqueles que ficaram embaixo de grandes escombros terrestres como nos terremotos, os que foram cremados, os que estão nas profundezas de rios e lagos, todos, sem exceção sairão para a tríplice junção (corpo + alma + espírito). A segunda oportunidade ocorrerá por ocasião do Juízo Final que será a ressurreição de todos ímpios para receberem a sentença eterna (Ap 20.13-15). Aqui também ocorrerá o que vamos chamar de varredura de corpos, ou seja, a busca ativa de corpos onde quer que estejam independentes da forma como morreram. 

Diante da realidade exposta pela palavra de Deus, nenhum morto pode vir à terra (Lc 16.27-31), estão no Hades aguardando a ressurreição para receberem sua condenação no juízo do trono branco; dessa forma, qualquer aparição de “alguém” que tenha morrido para comunicar qualquer coisa do mundo espiritual não passa de uma manifestação diabólica porquê do Hades não sai ninguém, é uma prisão e as chaves estão com Cristo (Ap 1.18). O Diabo, sim, está solto executando sua obra de matar, roubar e destruir até o dia em que será preso por mil anos e depois solto (Ap 20.7,8) para finalmente ser lançado Lago de Fogo (v.10) que é o Inferno Final.

Concluímos que esta mensagem objetiva despertar você, caro leitor, para a realidade espiritual da sua alma. Desejamos profundamente alertá-lo para as “...coisas que brevemente devem acontecer...” (Ap 1.1). Finalmente apresento Cristo como oportunidade de aceita-lo como Salvador e Senhor que o livrará da “ira futura” (I Ts 1.10), no entanto, hoje se apresenta como aquele que concede vida em abundancia (Jo 10.10). Entregue sua vida a Cristo e tenha esperança de morar no céu com Cristo.

Mensagem ministrada no culto de Doutrina no dia 3 de outubro de 2019.

AGUARDE A PRÓXIMA MENSAGEM SOBRE A GRANDE TRIBULAÇÃO.

Pr Isaac Moura,  
Graduado em Letras, Pós-Graduado em Educação Superior, Gestão e Coordenação Pedagógica e Inspeção Escolar. Bacharelando em Teologia.
Pastor Auxiliar na Assembleia de Deus em Mojuí dos Campos-PA